quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tese ao IX Congresso da Alimentação rs


AGRO-COMBUSTÍVEIS, BIO-COMBUSTÍVEIS E SILVICULTURA X ALIMENTOS

O mundo passa por transformações constantes. O capital acaba sempre se reciclando através de manipulações e, ações de governos de plantão, que na sua essência são os seus legítimos representantes.

Hoje o gargalo maior desta instituição chamada capital, está em como manter uma das principais máscaras deste sistema, que com certeza é a matriz energética chamada transporte, que juntamente com a comunicação, formam as suas principais âncoras deste sistema.

No primeiro assistimos um modelo que dá sinais de curso final que é o aumento de produção de carros e caminhões e outros assemelhados. É tanta produção que as cidades não suportam mais, tamanha quantidade nas ruas das grandes metrópoles. Na há política de trânsito que de conta de tamanha demanda.

Quanto ao transporte de carga, não é diferente, as estradas que compõe malha rodoviária dão sinais de esgotamento sem falar na quantidade de acidentes provocados, que matam mais do que muitas guerras. Por outro lado as malhas ferroviárias e hidroviárias não recebem a devida importância que deveriam ter como alternativa de escoamento da produção, pois as grandes multinacionais não permitem que seus representantes se queiram pensar nestas opções. Para eles isso representaria menos fabricação dos modelos e de assessórios, como borracha estruturas metálicas, óleos lubrificantes, peças etc..., para sustentar esta cadeia produtiva transnacional.

Por outro lado é preciso pensar um como sustentar tudo isso. Falando em energia sabemos que o combustível fóssil, tem em suas reservas tempo contado, aliás, em essa matriz energética tem provocado tamanha disputa pelo seu controle, exemplo mais recente e a investida do império americano contra os países produtores, mais recentemente a guerra do Iraque, a tentativa de golpe na Venezuela, entre outros,

Já os grandes líderes mundiais sabem que também é preciso criar políticas alternativas para dar sustentação desse modelo, exemplo e o império americano de Bush, que vem estimulando fortemente no EUA, a política dos agro-combustíveis, como a produção de milho, para fins exclusivo de produzir etanol. , para sustentar um consumo cada vez maior, sem falar dos processos de trangenia utilizados em larga escala para fomentar e elevar a prdutividade destes produtos.

No Brasil o governo Lula, vem incentivando a política canavieira e a produção de soja, também com a mesma finalidade, a cada dia que passa ouve-se falar da instalação de uma nova indústria para produzir álcool e os chamados biocumbutíveis. Esta política está se expandindo pelo Brasil até mesmo no Rio Grande do Sul, não bastando à monocultura de soja, com mais de 80% já destinado para esse fim, existe a previsão de se plantar na região da produção 150 mil hectares de cana de açúcar com a mesma finalidade.

Por outro lado no RS, o governo de Yeda Crusius, tem como principal bandeira de desenvolvimento a destinação de terras agriculturáveis para a utilização da Silvicultura, o plantio de árvores exóticas tipo eucaliptos, pinos e acácia, com o único interesse de atender as indústrias papeleiras, entre elas as multinacionais Aracruz e Stora Enzo. Esta política, primeiro atende ao interesse das multinacionais de produzir os seu lixo aqui e lucrar cada vez mais, bem com se contrapor a agricultura familiar e por conseqüência a reforma agrária, pois as terras ocupadas com essa cultura são consideradas propriedades produtivas.

Estas políticas além de comprometerem o meio ambiente, secando mananciais, concorrendo com a flora natural evitando a polinização de diversos, principalmente a mata nativa, disputa frontalmente com a agricultura tradicional, que é a de produzir alimentos para satisfazer as necessidades básicas da população como a produção da carne, leite, trigo, feijão, milho, arroz, tomate e outras culturas de nossa cadeia produtiva. Na cadeia produtiva da carne os resultados já são notados como a retração da atividade frigorífica, ceifando o emprego de centenas de trabalhadores sem falar nos preços exorbitantes. deste produto

Há dados do DIEESE de São Paulo, que apontam que no Brasil no ano de 2007, houve uma redução de um milhão de cabeças de bois para o abate, sem falar na redução da cadeia leiteira, na produção de feijão, trigo, milho, arroz, soja, tomate, o resultado disso pode ser percebido nos supermercados com a alta do preço e a escassez dos produtos.

Propomos:
(a) O engajamento do nosso ramo nas políticas que se contrapõe a este modelo de desenvolvimento.
(b) A participação efetiva nos fóruns de debate sobre a silvicultura e as monoculturas que atende exclusivamente a programas de bio-combustíveis, e também as transnacionais dos eucaliptos e outros.
(c) A realização por parte da FTIARS, de seminários e debates regionais como forma de chamar atenção dos trabalhadores e da sociedade para o caos que se aproxima que é a falta de alimentos e por conseqüência o encarecimento dos mesmos.
(d) Não a conciliação com governos e atores da sociedade que defende esse tipo de desenvolvimento.

Federação dos Trabalhadores da Alimentação do Estado do Rio Grande do Sul

Darci Pires da Rocha
Secretaria Geral