A nota que reproduzo aqui é com certeza muito interessante, porque demonstra o que os trabalhadores já sabem, que atrás desta crise que de fato existe, há muitos empresários querendo tirar proveito, se utilizam de uma oportunidade impar, para colocar a sua agenda de reformas e flexibilização dos direitos trabalhista. Dados reais demonstram que as indústrias ainda não contabilizam prejuízos por conta da crise, que no máximo houve uma queda nos lucros, que, diga-se de passagem, são gordos, para não utilizar o termo exorbitante. Portanto o que parece é que a crise serve para os oportunistas de plantão em dois aspectos. Primeiro: Pressionar o governo por mais dinheiro, redução de impostos e dinheiro fácil, para engordar mais os seus lucros. Segundo: Retirar direitos, congelar salários.
NOTA DA CTB-RS
Flexibilização trabalhista não garante empregos
A atual crise econômica mundial acabou caindo no colo dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Em dezembro o Ministério do Trabalho registrou cerca de 600 mil demissões.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, as demissões foram provocadas pela queda nas vendas e grandes estoques. O “Estadão” aponta, ainda, que a indústria brasileira pretende reduzir um terço o número de empregados até o próximo mês. Além das demissões, cerca de 150 mil trabalhadores estão em férias coletivas.
Numa tentativa de reaquecer a economia do país, o Governo brasileiro anunciou medidas para desonerar o setor automotivo e estimular o consumo, como a redução do Imposto de Renda para Pessoa Física. A equipe de Lula também busca medidas para acalorar o setor da construção civil, como a elevação do valor do financiamento habitacional com a utilização do FGTS e a redução de impostos para os materiais de construção.
Diante da crise e da retração dos postos de trabalho, Paulo Skaf, presidente da FIESP (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), reuniu o Conselho Superior Estratégico e representantes da Cia. Vale do Rio Doce, Embraer, Votorantim, Gol, Gradiente, entre outros, para debater o tema.
A reunião produziu três propostas, sendo elas, a redução da jornada de trabalho e do salário dos trabalhadores em até 25%, redução da taxa de juros (13,75% para aproximadamente 8%) e diminuição da carga tributária. Segundo a Fiesp, em conjunto com outras federações patronais e a Força Sindical, tais medidas visam a garantia do emprego no país.
A CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil entende que a redução drástica da taxa de juros é uma medida importante e, por isso, apóia tal proposição. Entende ainda que é possível discutir-se a diminuição da carga tributária afim de dinamizar setores produtivos da economia brasileira.
Entretanto, a CTB se posiciona frontalmente contrária à redução salarial dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. 'É inaceitável que, mais uma vez, os trabalhadores brasileiros paguem a conta da crise, enquanto os grandes empresários ainda comemoram os recordes de venda, produção e lucros, como no caso da indústria de automóveis.
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - Rio Grande do Sul
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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